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Nova política de combustíveis no Brasil para aliviar preços na bomba e espaçar reajustes

Aug 16, 2023Aug 16, 2023

RIO DE JANEIRO, 16 Mai (Reuters) - A petrolífera estatal brasileira Petrobras aprovou uma nova política de preços de combustível para gasolina e diesel que reduzirá drasticamente os custos para os motoristas, anunciou nesta terça-feira, abandonando uma política mais baseada no mercado em favor de uma maior flexibilidade para suavizar as oscilações de preços.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou a nova política para os milhões de motoristas do Brasil em um post nas mídias sociais na terça-feira, declarando-a "uma vitória para o povo".

O novo sistema de preços elimina a chamada política de paridade de importação de combustível que alinhava mais os preços na bomba com o mercado de petróleo e as taxas de câmbio. Lula, como é conhecido o líder de esquerda, havia prometido mudar isso para baratear o combustível.

Sob a nova estratégia de preços da Petrobras, os preços da gasolina e do diesel cairão quase 13% a partir de quarta-feira, enquanto os preços do gás liquefeito de petróleo (GLP), amplamente utilizado para aquecimento e cozinha, cairão mais de 21%, de acordo com um comunicado da empresa.

Mesmo assim, as ações da Petrobras (PETR4.SA) subiram até 5% após o anúncio antes de fechar em 2,5%, tornando-se um dos principais ganhos do dia no principal índice de ações do Brasil (.BVSP).

Em uma nota de pesquisa, o JPMorgan (JPM.N) descreveu a política de preços reformulada como "mais amigável do que os investidores esperavam".

Uma fonte da empresa divulgou a capacidade de espaçar ajustes de preços futuros por um período mais longo, com aumentos ou reduções adicionais provavelmente ocorrendo anualmente ou duas vezes por ano.

A fonte, que falou à Reuters sob condição de anonimato, disse que os executivos da Petrobras acreditam que períodos mais longos sem ajustes não causarão perdas, porque as desacelerações do mercado e os períodos lucrativos devem se equilibrar ao longo do tempo.

O presidente-executivo Jean Paul Prates, escolhido por Lula para liderar a Petrobras em janeiro, disse à CNN Brasil que a empresa ainda ajustará os preços com base em fatores de mercado. Mas ele também enfatizou que os ajustes de preços serão implementados mais lentamente, em comparação com as oscilações especialmente voláteis da antiga política em 2021 e 2022.

"Certamente teremos mais defesas contra a volatilidade do que antes."

Prates disse a repórteres na terça-feira que a nova estrutura de preços para os consumidores na maior economia da América Latina ainda protegerá os resultados da empresa estatal porque os preços dos combustíveis não cairão "abaixo da lucratividade".

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ecoou o sentimento.

"De forma alguma a Petrobras deixará de ser atraente para os investidores", afirmou.

A mudança de política será testada quando os preços do petróleo subirem e aplicar pressão de alta sobre o que os consumidores podem esperar pagar por combustíveis para motores ou GLP.

“Havia espaço para dar essa redução de preço”, disse Pedro Rodrigues, especialista em petróleo da consultoria CBIE, citando a queda nos preços do petróleo bruto nos últimos meses.

Ele observou que a Petrobras precisa importar combustíveis a preços de mercado para atender à demanda doméstica, e a empresa pode incorrer em grandes perdas se os preços mais altos do petróleo no futuro não forem repassados ​​aos consumidores.

"Depois que o preço começa a subir, o que acontece?" ele perguntou.

Outro teste provavelmente acontecerá ainda este ano, quando os preços do diesel normalmente sobem devido em parte ao aumento da demanda no inverno do Hemisfério Norte, disse Pedro Shinzato, analista da StoneX.

A nova política de preços da Petrobras também foi criticada por alguns por ser muito opaca.

“O anúncio foi muito confuso”, disse Adriano Pires, uma vez escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para liderar a Petrobras, embora nunca tenha assumido o cargo. "Acabou a transparência na fixação de preços."

A política de preços anterior foi adotada há sete anos pelo conservador ex-presidente Michel Temer. Bolsonaro, seu sucessor populista de extrema direita, o manteve, embora tenha criticado o modelo quando os preços subiram.

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Thomson Reuters

Gabriel é um repórter baseado em São Paulo, Brasil, que cobre as notícias financeiras e de última hora da América Latina sobre a maior economia da região. Formado pela Universidade de São Paulo, ingressou na Reuters durante a faculdade como estagiário de Commodities & Energy e está na empresa desde então. Esportes já cobertos - incluindo futebol e Fórmula 1 - para rádios e sites brasileiros.